METAIS PESADOS {aplicações clínicas}

Nesta última parte da série METAIS PESADOS, compilei informações de grande valia.. na verdade na verdade, uma riqueza indizível pra mim.. e que eu gostaria muito de dividir com vocês.

Separei cada metal e seus mecanismos gerais de ação.. como me encanta essa bioquímica toda.

E como me encanta ainda mais, ser capaz de lidar clinicamente com isso!

PS.: lidar clinicamente significa poder evitar o desenvolvimento de inúmeras doenças {que tem como origem a intoxicação por metais pesados} especialmente a fibromialgia, alguns tipos de câncer, autismo, Alzheimer, a fadiga crônica, o envelhecimento precoce, a redução da capacidade cognitiva, algumas doenças renais, dentre tantas outras.

 

Arsênico

A  contaminação se dá especialmente por cigarro, agrotóxicos, madeira tratada com arseniato de cromo e cobre, promotores de crescimento e antimicrobianos para animais, giz colorido, água de consumo, herbicidas, fungicidas e raticidas. Peixes e frutos do mar podem conter arsênico orgânico, a forma menos tóxica.

Os sinais e sintomas mais comuns são: fadiga crônica, hiperpigmentação em pescoço, pálpebras, mamilo e axilas; hiperqueratose e importante queda de cabelo; hálito e suor com odor de alho; anemia associada a leucopenia e eosinofilia; distúrbios gastrintestinais, lesão do miocárdio, neuropatia periférica {com formigamento e sensação de agulhada em mãos e pés} anorexia, câimbras e fraqueza nas pernas e pés {com possível dificuldade para andar} insuficiência pulmonar e câncer.

A toxicidade se manifesta pela hiperpigmentação cutânea, dermatite, alterações vasculares, neuropatia e câncer de pele. Estes são os possíveis efeitos crônicos da exposição ao arsênico.

As principais interações ocorrem com o zinco e o selênio.

Dentre as competições essenciais estão a modificação da estrutura terciária das proteínas, reduzindo suas funções. O arsênico também se liga ao ácido lipóico, co.fator necessário para a conversão do piruvato em acetil.CoA para que possa entrar na mitocôndria e gerar energia no ciclo de Krebs. Além disso, ele compete com o fosfato na ligação ao ATP durante sua síntese na mitocôndria, levando à formação de um composto que doará pouca energia às reações bioquímicas orgânicas.

O selênio, quando suplementado em doses ideais, compete com o arsênico e é capaz de antagonizar sua ação tóxica em diversos tecidos!

Dentre os quelantes, uso com eficácia de resultados o Selênio, a L Cisteína, Metionina, Colina, Serina, Taurina, NAC, Iodo, Cálcio, Magnésio, Zinco, Glutationa, Ácido Fólico, as vitaminas C, B1, B3, B5 e B6, Spirulina, Pectina e o Extrato de Alho {este último reduz imensamente as chances do arsênico promover mudanças estruturais nos cromossomos}

A detox desse metal requer primordialmente o estímulo à metilação, com a prescrição de SAME {S adenosil metionina} e TMG {tri metil glicina} além do metilfolato e da metilcobalamina.

 

Cádmio

A  contaminação se dá especialmente pela via respiratória.. a produção do aço e da incineração do lixo geram a maior contaminação atmosférica. Pigmentos da tinta de embalagem transferem cádmio também aos alimentos. Fumaça industrial, fertilizantes, tabaco, pilhas, baterias e soldas são outras fontes do metal. Sementes de papoula, miúdos, massas, cereais matinais a base de trigo, moluscos, peixes e crustáceos e alimentos líquidos ácidos armazenados em recipientes cerâmicos contêm considerável quantidade de cádmio.

Ele tem o potencial de se acumular em tecidos moles, especialmente nos rins, causando disfunção tubular e glomerular. Induz ainda a peroxidação lipídica, oxidando as gorduras orgânicas e propiciando seu acúmulo na íntima dos vasos {as tão conhecidas placas ateromatosas} Por fim, altera o metabolismo do cálcio e do fósforo. Tais mecanismos de ação levam à sobrecarga renal, danos hepáticos e cardiovasculares

Os sinais e sintomas mais comuns são os das vias respiratórias: rinite, enfisema e edema pulmonar.

A toxicidade cursa com anemia, osteomalácia, osteopenia e ou osteoporose, hipertensão, doença arterial coronariana e doença pulmonar crônica.

As principais interações ocorrem com zinco, cobre, selênio, ferro e magnésio.

Dentre as competições essenciais.. o cádmio: diminuiu a absorção do ferro e seu metabolismo; reduz o transporte intestinal do cálcio, contribuindo para a sua deficiência; o cádmio se deposita facilmente nos ossos. Ele interfere no metabolismo do cobre, reduzindo sua absorção e as concentrações sanguíneas de ceruloplasmina.

É essencial que eu adeque o consumo proteico, calculando muito bem a ingestão diária de proteínas animais e vegetais, já que uma dieta hipoproteica; ou seja, com baixo teor de proteínas, resulta em um aumento ´natural de cádmio no organismo; pela menor concentração de metil cisteinas.

O ferro, o cálcio, o magnésio e a vitamina C, quando suplementados em doses ideais, diminuem a absorção do cádmio. Já as proteínas, o zinco, o cobre e o selênio reduzem a toxicidade do metal por aumentarem a sua excreção. Assim, estes nutrientes têm a capacidade de antagonizar a ação tóxica do cádmio em diversos tecidos!

O cádmio e o mercúrio têm efeitos tóxicos ADITIVOS.

Dentre os quelantes, uso a Vitamina C, Ferro, Ácido Lipóico, L Cisteína, Metionina, Chlorella, Taurina e Pectina, eficazmente!

 

Mercúrio

A  contaminação se dá especialmente por amálgamas; as dentárias são constituídas por 50% de mercúrio elementar e vêm sendo substituídas por resinas acrílicas {estas contêm Bisfenol A, um problema também.. assunto para um outro post} As vacinas que usam como conservante o timerosal, também são fontes de mercúrio. Tatuagens com pigmento vermelho e fungicidas contendo metilmercúrio; idem. Há de se lembrar que este metal pesado é extremamente persistente no ambiente e muitos peixes e frutos do mar são contaminados pela forma mais tóxica do metal, o mercúrio orgânico.

Os mecanismos de ação deste metal decorrem da sua alta afinidade com os grupos sulfidrilas das proteínas. Por isso ele é capaz de inibir a síntese de proteínas plasmáticas, do DNA mitocondrial, da glutationa peroxidase {enzima antioxidante} e da mielina {quem reveste os axônios e protege os neurônios} além de interferir em estruturas lipídicas. Ele altera o transporte da glicose na barreira hematoencefálica {alterando diretamente a adenilato.ciclase} e interfere em neurotransmissores e nas membranas celulares.

A exposição crônica e sua bioacumulação leva a neuro e a nefrotoxicidade; além da maior suscetibilidade á infecções.

E os sinais e sintomas mais comuns são: gengivite, estomatite, ulcerações e gastrite; alteração da coordenação, visão e audição; irritabilidade, hiperatividade, depressão, piora da memória recente, dificuldade de concentração, insônia, vertigens, fadiga, tremores espontâneos e ou parestesias.

A principal interação ocorre com o selênio, que é capaz de reduzir a passagem placentária e a concentração do mercúrio no leite materno.

Já dentre as competições essenciais ganha destaque a vitamina E e a cisteína, que diminuem a toxicidade do mercúrio a nível sistêmico. O zinco, o manganês, o cobre e o ferro, antagonizam o mercúrio em diferentes órgãos. A glutationa e o ácido lipóico favorecem a ligação do metal às células hepáticas, aumentando assim sua excreção biliar. O excesso de vitamina B6 amplifica os efeitos deletérios do metal pesado. A microbiota intestinal saudável pode converter o metilmercúrio em mercúrio inorgânico, diminuindo a absorção, mas se houver um quadro de DISBIOSE, o contrário pode acontecer.

Dentre os quelantes, uso com eficácia de resultados a Metionina, Glutationa, N Acetil Cisteína, Selênio, Zinco, Magnésio, Ácido Alfa Lipóico, N Acetil D Glucosamina, Chronic, Probióticos, Simbióticos e Prebióticos.

 

Chumbo

A contaminação por chumbo ocorre principalmente em função de fertilizantes I agrotóxicos e da poluição dos exaustores de carros. Encanamentos de água antigos contribuem para a nossa exposição ao metal. Tinturas de cabelo, tintas de parede e lápis liberam bastante chumbo; bem como pinturas em cerâmica. Soldas e reciclagem de baterias são um grande problema também. Além disso, alimentos enlatados podem conter chumbo por conta da solda nas latas; o metal migra para o alimento especialmente se for mais ácido e ou se a lata estiver amassada. Há uma migração relevante para alimentos acondicionados em embalagens plásticas coloridas. Suplementos de cálcio à base de ossos de animais e ou crustáceos {comumente vendidos em lojas de produtos naturais e ou farmácias} guardam uma quantidade imensa do metal.

O mecanismo de ação do chumbo é basicamente a redução no POOL orgânico de grupamentos HEME disponíveis, o que repercute em uma série de efeitos deletérios:

 – sobre a medula óssea; reduzindo a síntese de hemoglobina.

 – sobre o sistema nervoso central; alterando os níveis de citocromos, a síntese energética, a mielinização e a condução nervosa.

 – sobre o sistema endócrino; diminuindo a produção endógena da vitamina D3 ativa e interferindo no metabolismo do triptofano e do cortisol.

 – sobre o fígado; prejudicando a síntese do citocromo P450, e assim a destoxificação natural de xenobióticos e o metabolismo de compostos endógenos. 

 – sobre o sistema de combate aos EROs; espécies reativas de oxigênio.. os famosos radicais livres; aumentando a geração de hidroperóxidos e lipoperóxidos, depletando glutationa e a reserva celular de nutrientes antioxidantes.

O sintoma mais comum é a fadiga crônica que pode se manifestar através de intensa fraqueza muscular, letargia nas atividades do dia a dia e ou dores articulares. Enxaquecas, insônia, labilidade emocional e irritabilidade são sinais importantes de contaminação por chumbo.

A exposição crônica e sua bioacumulação leva a disfunção mitocondrial e imune; neuropatias; stress oxidativo nas mais diversas vias e sistemas; diversos tipos de anemia e dislipidemias; convulsões.

As principais interações ocorrem com o ferro, zinco, cobre, cálcio e selênio.

O ferro compete com o chumbo no sítio de absorção. O cobre e o selênio reduzem a biodisponibilidade do metal; e na deficiência de cálcio, esta biodisponibilidade aumenta; ou seja, ele fica mais ativo.. mais reativo.. causa mais danos! A maior ingestão dietética de zinco {o que também ocorre com a suplementação} diminui absurdamente a toxicidade do chumbo. Estas são as competições essenciais.

A detox deste metal requer primordialmente a adequação dos níveis intracelulares de Cálcio, Fósforo, Zinco, Cobre, Ferro e Selênio. A Quercetina, a Tiamina, alguns tipos de Ômega, e as vitaminas C e D são muito bem vindos no complexo mecanismo de quelação do chumbo.

 

Alumínio

Absorvemos alumínio da água tratada; ela contém sulfato de alumínio que é usado para a precipitação da matéria orgânica. Também dos desodorantes anti transpirantes, que guardam em sua composição hidróxido ou cloridróxido de alumínio. E ainda, de medicamentos antiácidos, dos cigarros, alguns tipos de vacina, panelas e utensílios de cozinha. Muitos produtos de padaria levam na receita o fosfato de alumínio, utilizado para conferir leveza às massas. Sem falar nos enlatados.. a adição de uma camada interna de resina reduz a passagem de alumínio ao produto, mas não a elimina!

A absorção deste metal via oral é baixa; e todas estas fontes são quantitativamente pequenas. Entretanto, o efeito aditivo não deve ser desconsiderado, uma vez que níveis sanguíneos de alumínio acima dos valores máximos ideais são encontrados com frequência na população geral {aquela não exposta ocupacionalmente}

Dentre os mecanismos de ação, o mais importante é o aumento da expressão de genes PRO inflamatórios e PRO apoptóticos, como subunidades de NFK-β, TNF-α, precursores de IL-1β e COX2. O alumínio também é capaz de substituir os íons magnésio nas moléculas de ATP, influenciando nas funções das enzimas dependentes de ATP, a principal moeda energética do nosso organismo. Ele reduz ainda a síntese de colágeno e a mineralização óssea, além de causar prejuízos ao sistema nervoso e hematopoiético.

Os sinais e sintomas mais comuns são hiperatividade, irritação gastrintestinal, náusea persistente, inapetência, alterações dermatológicas {dermatite, rosácea e psoríase} comprometimento da memória e aprendizagem e ou convulsões.

A exposição crônica e sua bioacumulação leva a questões relacionadas à peroxidação lipídica e ao seu acúmulo nas vias do sistema nervoso central, tais como: doenças cardiovasculares e neurodegenerativas.

Dentre os quelantes, uso com eficácia de resultados o Ácido Málico, Lítio, Iodo, Silício, Extrato de Alcachofra, L Taurina e Metil Sulfonil Metano {MSM}

 

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